Adenilde Petrina Bispo
Autoras: Ana Luiza Nunes e Ana Laura Arigony - Colégio de Aplicação 2D - UFSC
Adenilde Petrina Bispo
Adenilde Petrina Bispo, data de nascimento não encontrada, é historiadora e líder do movimento negro em Juíz de Fora (MG),
cursou filosofia na Universidade Federal de Juíz de Fora (UFJF) entre 1970 e 1974. Aos 64
anos foi indicada a receber o título de Doutora Honoris Causa, concedido para pessoas que
têm um destaque nas áreas de ciências política, arte, causas humanitárias etc.
A ativista negra nasceu em Cachoeira do Campo, distrito de Ouro Preto (MG). Seu pai
trabalhou a vida toda construindo estradas para o departamento estadual de estradas e
rodagens (DER), enquanto sua mãe era dona de casa e cuidava dela e de seus 4 irmãos.
Como descendentes de pessoas escravizadas eles não tinham expectativas de uma vida
melhor, pois acreditavam que não eram merecedores de direitos, já que foram levados a
pensar dessa forma com as marcas da escravidão.
“Minha família descende de pessoas que foram escravizadas. Então, meus pais achavam que
a vida era apenas daquele jeito. Não se compreendiam como merecedores de direitos, porque
tinham acreditado em tudo que sempre ouviram”
Após completar o ensino fundamental em uma instituição pública, Adenilde nos anos 60
obteve uma bolsa de estudos no Colégio Santa Catarina, onde a mesma teria que ajudar na
limpeza do colégio como permutação. Nessa instituição, foi onde ela escutou falar sobre
emancipação em discursos liderados por padres franceses. Naquele tempo, as escolas
aceitavam apenas meninas já que estavam passando por uma ditadura militar e os mesmos
prezavam pelo fortalecimento da luta pela democratização do país, então os religiosos
concediam formação política para as pessoas.
Adenilde foi a primeira pessoa da família a ter acesso a universidade, escolhendo cursar
filosofia pela sua convivência com militantes pró-democratização desde a escola e também
pelo seu interesse no céu e nas estrelas.
Quando entrou na universidade em 1970 ela teve seu primeiro contato com o movimento
militante negro, só aí ela percebeu que ja havia sofrido muito racismo e machismo ao longo de sua vida, na faculdade haviam pouquíssimos alunos negros, muito menos professores, na
época a universidade recebia alguns estudantes africanos. Adenilde relata que os professores
davam livros diferentes para homens e mulheres alegando que algumas leitura seriam
'pesadas' para as alunas.
Desde que se formou em 1974, a ativista não parou mais de lutar pelos seus direitos e das
pessoas negras e periféricas, trabalhou como professora por 29 anos desde 1984; Atuou na
rádio local com o objetivo de expor o que acontecia e despertar a consciência das pessoas
porém mais tarde a rádio foi fechada.
Entretanto, ela não parou de lutar, participou do Coletivo Vozes da Rua, cujo objetivo é o
mesmo da antiga rádio, compartilhando conhecimentos e informações e difundindo a cultura
negra. O primeiro movimento liderado pela militante foi na busca pelo direito de saneamento básico
para a periferia, que não tinha água nem esgoto. Sua luta persiste na inclusão dos jovens,
dando voz à quem é invisibilizado na sociedade e valorização de pessoas negras. atualmente
seus projetos contam com dezenas de jovens entre 14 e 17 anos, por via de ações pensadas
para agregar a cultura negra, valorização das periferias, leitura de poesias e entre outros. Ela
também é ativa na luta pelo reconhecimento das mulheres de periferia, que não lutam
somente contra o racismo mas também contra o machismo.
REFERÊNCIAS:
EDITORIAL UFJF NOTÍCIAS. “Mulheres na UFJF”: a trajetória de Adenilde Petrina, liderança de movimento negro na cidade. Disponível em: <https://www2.ufjf.br/noticias/2017/03/08/mulheres-na-ufjf-a-trajetoria-de-adenilde-petrina-lideranca-de-movimento-negro-na-cidade/> Acesso em: 02 nov. 2022.
LEONEL, Carolina. Adenilde Petrina Bispo: Uma vida de militância pela periferia. Disponível em: <https://exclusivos.tribunademinas.com.br/reportagem-especial/adenilde-petrina-bispo-uma-vida-de-militancia-pela-periferia/> Acesso em: 02 nov. 2022
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