Maria Beatriz Nascimento

Autores: Douglas Junior da Rosa, Guilherme Canabarro Scorbaioli e Lino Marques Moreira da Silva - Colégio de Aplicação UFSC Turma 2D

Maria Beatriz Nascimento


Maria Beatriz Nascimento, nascida em 17 de Julho de 1942 e filha de Rubina Pereira do Nascimento e Francisco Xavier, foi uma mulher negra, como fazia questão de enfatizar, com enorme importância na luta contra o racismo no Brasil, foi uma professora, roteirista, poeta e ativista pelos direitos humanos de negros e mulheres brasileiras. Maria nasceu em Acaraju, capital do Sergipe, porém se mudou junto a sua família para o Rio de Janeiro aos sete anos. Desde jovem, a menina já apresentava sinais de que seria uma mulher de opinião forte, sempre defendendo suas ideias e buscando quebrar as barreiras impostas pela sociedade. Ao completar seus 28 anos, em 1969, Maria foi aprovada na Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde cursou História e se graduou em 1971. Após o término de seu curso, Maria passou a trabalhar como professora, em uma rede estadual do Rio de Janeiro. Seus trabalhos na área da pesquisa, vieram pouco depois disso, ainda na Universidade Federal do Rio de Janeiro, Beatriz realizou um trabalho extenso, de aproximadamente duas décadas de pesquisa, voltado a origem dos quilombos e a história da escravidão no Brasil. Durante e após a conclusão de seu trabalho, Maria ganhou muita visibilidade na luta contra o racismo e história da escravidão e suas consequências no país, ao publicar diversos artigos em jornais e revistas da época, tais como: "Por uma história do homem negro", Revista de Cultura Vozes; "A mulher negra no mercado de trabalho", Jornal Última Hora, Rio de Janeiro; "O conceito de quilombo e a resistência cultural negra", Afrodiáspora e entre outros... Após sua emersão no mundo ativista, já sendo famosa por seus artigos e pesquisas, Maria ainda viria a ganhar mais visibilidade. Em 1989, Maria participou da produção e narração, junto de Raquel Gerber, do documentário Ôri, que na língua Yorubá, significa cabeça. O nome foi escolhido por conta de sua analogia a mente, como responsável por pensamentos e ideias, também por ser onde ficam as memórias, algo que fica evidente na temática do documentário. A história da obra em si, fala sobre os movimentos negros que surgiram no país em 1977 e 1988, com origem nos quilombos. Com pesquisas, artigos, filme e diversos outros trabalhos, Maria Beatriz Nascimento se tornou uma das pesquisadoras negras mais importantes no meio acadêmico do Brasil, sempre com suas pautas na causa racial e feminina, é inspiração para diversas pesquisadoras e pesquisadores até hoje. Infelizmente, Maria faleceu em 28 de Janeiro de 1995, aos 52 anos, vitima de assassinato. Após aconselhar sua amiga a se divorciar de um relacionamento abusivo, com um homem que já havia tido casos de agressão, o mesmo ao descobrir, assassinou Maria com tiros. Maria Beatriz foi sepultada no Cemitério São João Batista, no Rio de janeiro. Deixou em vida sua filha e um grande legado. Maria Beatriz Nascimento, dedicou a sua vida ao estudo da história do povo preto do Brasil, porém, de uma outra perspectiva que não a escravista. Sendo assim, a intelectual buscava pesquisar a história do homem preto livre, não o preso em um sistema escravista. Em sua vida, ela não só buscou humanizar e exaltar a verdade desse povo e sua sociedade própria (Quilombos), também espalhou seu conhecimento através de expressões didáticas e artísticas sendo a mais conhecida e a que melhor representa Maria, o documentário Ori. A obra se baseia na relação dos antigos quilombos com as favelas, relação que explicita o racismo da nossa sociedade, miséria tem cor e endereço no Brasil. Trabalhos como esse, que explicitam a segregação racial do nosso país são a base para que possamos construir uma sociedade mais igual e justa no futuro.

REFERÊNCIAS:

ENUGBARIJÔ COMUNICAÇÕES. CULTNE - Beatriz Nascimento - Entrevista exclusiva. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=6VmPjhOTozI> Acesso em: 02 nov. 2022.

LITERAFRO. Beatriz NascimentoDisponível em: <http://www.letras.ufmg.br/literafro/ensaistas/1422-beatriz-nascimento>. Acesso em: 02 nov. 2022. 

MARIA BEATRIZ NASCIMENTO. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2022. Disponível em: <https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Maria_Beatriz_Nascimento>. Acesso em: 02 nov. 2022.

MUNOZ, Bruna Lanzoni. Trajetória de Maria Beatriz do Nascimento. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=0FKxokbBRk0> Acesso em: 02 nov. 2022.


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